quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ouro Preto

Segundo dia





Quando viajo costumo programar o dia de acordo com o clima e partir sempre do pressuposto de que pode chover amanhã. Assim antecipo todas as atividades que necessitam de tempo bom para serem rrealizadas. Por isso logo no segundo dia optamos para ir a Ouro Preto, cidade histórica localizada a 1 hora e 40 minutos (de ônibus) de Belo Horizonte.

A temperatura daquele sábado estava bem elevada, em torno de 30 graus, porém o céu parcialmente nublado ajudava a aliviar o calor. As nuvens, aliás, foram nossas aliadas naquele dia, já que tínhamos uma maratona de subidas e descidas íngremes pela frente. Nossa nova companheira de viagem, Ale (ver post anterior) viajou conosco. A pretensão era pegar o ônibus das 11h, mas só conseguimos ao meio-dia.



Chegamos em Ouro Preto por volta das 14h, deixamos nossas bagagens na pousada contatada por telefone na rodoviária de BH e partimos para a caminhada. Ouro Preto é uma cidade totalmente histórica e nos faz parecer em uma viagem pelo passado. Todas as ruas são de paralelepípedos e por ficar em uma montanha possui muitas subidas - e obviamente descidas também - que chegam a dar medo de tão íngremes que são.





A cidade abandonada após a libertação dos escravos chegou a ficar fantasma por algum tempo antes de ser reabitada. Os principais pontos turísticos são as igrejas (23 no total), as principais são a do Pilar, rica em ouro, e a São Francisco de Assis, que possui muitas obras de Aleijadinho.


Igreja São Francisco de Assis




Visitamos também o Museu da Inconfidência - situado no mesmo prédio onde Tiradentes foi preso - e o Museu de Aleijadinho. Todos os prédios de Ouro Preto ainda são da época da Inconfidência Mineira e até fora da zona central as casas das pessoas possuem o mesmo tipo de arquitetura.



Museu da Inconfidência


Outra atração turística da cidade são algumas minas de ouro que ficam em casas de famílias que aumentam a renda permitindo uma visitação guiada. Porém, como estas minas eram construídas por escravos manualmente, alguns túneis são bem apertados tornando-as nem um pouco indicadas para quem sofre de claustrofobia. Seguindo esta dica (e como a sensação de estar debaixo da terra não me deixa nem um pouco confortável), optamos por visitar na manhã seguinte a Mina da Passagem, situada entre Ouro Preto e Mariana - outra cidade histórica (detalhes na próxima publicação), pois esta é bem maior e teve muita exploração de ouro, o que faz com que seus corredores debaixo da terra sejam bem mais amplos.



Uma curiosidade bizarra das igrejas de Ouro Preto que visitamos é que colocam perucas naturais nas imagens dos santos e até de Jesus Cristo que por conta disso e da pintura muito branca em seu rosto ficou parecendo o Michael Jackson em uma das igrejas visitadas. As perucas parecem tirar a seriedade e imagem respeitosa das figuras religiosas. O valor dos ingressos para visitação das igrejas e museu variam de R$3,00 a R$6,00, estudantes pagam metade do valor.





Artesanato




Depois da caminhada que certamente ajudou a fortalecer os músculos das pernas fomos conferir a feira de artesanato localizada em frente à igreja São Francisco de Assis. A quantidade de objetos esculpidos em pedra sabão me deixaram louca para comprar tudo. Quem me conhece sabe que tenho paixão por artesanato, por isso é difícil resistir a uma feira dessas sem comprar nada, até porque os preços são ótimos. O problema é o peso (semelhante ao do mármore) que fez com que eu acumulasse mais de oito quilos de bagagem. Outro destaque do artesanato de lá são as namoradeiras encontradas em várias lojas. Também têm muitas jóias com pedras preciosas, mas é preciso abrir o olho para comprar uma peça autêntica.


Depois de mais de seis horas de caminhada nos despedimos da Ale que precisava trabalhar em BH e fomos jantar em um restaurante local para desfrutar mais um pouco da típica comida mineira. Na sequência até demos uma caminhada em frente as festas locais, mas a maioria do público era universitário e o ritmo que se ouvia era o sertanejo. A essas alturas achamos que o ritmo dos sonhos seriam melhores e optamos por retornar à pousada cedo para aproveitar bem o domingo.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

23 e os acasos da vida

Quando fiz esse blog o objetivo era contar experiências de viagens, mas infelizmente um bom tempo de vida pacata e sem aventuras fez com que eu abrisse espaço para falar de outras coisas, inclusive sentimentos. Mas eis que no dia 23 de setembro deste ano, umas férias fizeram com que eu tivesse histórias diferentes novamente para contar.


Foi nesse dia de 2011, o primeiro da primavera, estação que mais gosto, que iniciei mais uma daquelas viagens marcantes que ficam para a história. Desta vez foram três destinos: Belo Horizonte, Ouro Preto e Rio de Janeiro. Tentarei resumir um pouco do que vivi nestes oito dias que valeram por um mês, espero conseguir passar as emoções. Dividirei os dias em postagens diferentes.




Primeiro dia


Para quem não sabe, o dia 23 me persegue, seja de qual mês for. Muitos momentos marcantes aconteceram neste dia, muitas pessoas memoráveis fazem aniversário neste dia e, por uma grande coincidência, nossa viagem marcada na correria devido a uma promoção de companhias aéreas iniciou nesta data - na hora da programação juro não ter me dado conta.


E eis que no dia 23 pousei em um lugar que até então não conhecia - cumprindo um dos meus objetivos de todos os anos - Belo Horizonte. Depois de uma noite praticamente sem dormir e uma viagem transformadora - saímos de uma terra úmida para outra seca e do frio para o calor - check in no hotel, almoço e uma breve cochilada, pegamos um ônibus para conhecer a Pampulha, bairro que possui as diversas obras do famoso arquiteto Oscar Niemeyer.



Após descer em uma ponta distante da Lagoa de mais de 20 km de extensão daquele bairro e mais de uma hora de caminhada, chegamos a famosa Igreja São Francisco de Assis, àquela altura já fechada para a visitação. E eis que naquele momento, quase ao mesmo tempo, chega ao local Alexandra, uma jovem curitibana de 28 anos que vinha de uma estada de quatro meses em Fortaleza antes de parar em BH, onde estava a trabalho.


Depois daquele encontro fomos parar na Savassi onde tomamos uma deliciosa água de côco e na sequência fomos para o bairro Lourdes onde "aterrizamos"no Boteco Tizé. Lá saboreamos umas das comidas mais gostosas de nossas vidas: um arroz com bacon , um picadinho de carne, farofa de ovo, feijão e couve mineira. Dos deuses!!!





E não é que por um motivo que deveria já ter sido esquecido, aquela data era significante para a Ale??? Conversa vai, conversa vem, descobrimos que o dia 23 tinha significado ainda maior para a nossa nova companheira de aventuras: ela nasceu neste dia, no mês de fevereiro. A parceria deu certo e a nossa primeira conhecida nos acompanhou durante todos os quatro dias de estada por Minas!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Maior que o medo

Entre conversas e mais conversas em ambientes de trabalho, bares, jantas com amigos ou encontros casuais, o amor sempre acaba como pauta principal. Estar solteiro ou casado? Se envolver ou evitar? Pensar ou agir por impulso?  Procurar um amor de filme ou se contentar com um romance morno que não prejudica ninguém, mas mantém apagadas todas as chamas que fazem as relações serem tão especiais?

Obviamente essas conversas viram noites sem que uma resposta certa e definitiva seja encontrada. O fato é que não há sentimento mais lindo que o amor, seja ele entre amigos, irmãos, pais e filhos, ou entre casais hetero ou homossexuais. A dedicação a alguém especial, aquele aperto no peito quando a pessoa está longe, aquela vontade de proteger o outro de todos os males do mundo e de ter ele sempre por perto é o que há de mais especial na vida.

Não acredito em um único amor pra vida toda. Acredito sim em momentos, fases, épocas que precisam ser curtidas e, se ao lado de pessoas especiais,  melhor ainda. Ninguém precisa de alguém para viver, mas quando encontra-se alguém que faz o coração bater mais forte e torna os momentos da vida ainda melhores e divertidos, a felicidade aumenta. Nada melhor do que o sentir algo e ser correspondido!

Bobagem pensar: "não estou pronto para um relacionamento agora", ou, "quero estar solteiro", pois toda a teoria vai por água abaixo quando se conhece alguém que faz os olhos ficarem mais brilhantes, o corpo sentir sensações estranhas e é capaz de fazer uma multidão sumir quando cruza o olhar com o seu. E depois, se ocorre aquele primeiro beijo e ele encaixa perfeitamente e qualquer toque faz o seu corpo tremer, não se tem vontade de ficar com mais ninguém, tudo que se pensa em fazer seria melhor com aquela pessoa ao lado e, aí meu amigo, todas as teorias vão por água abaixo. Se isso ainda não aconteceu com você, é porque você ainda não amou alguém de verdade.

 Quem abandonaria uma pessoa amada por medo??? O amor de verdade é maior do que qualquer medo que possa existir. Se isso não fosse verdade, ninguém teria mais filhos depois do primeiro. Se o medo for maior que o sentimento, é porque o sentimento não é amor.  



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ás vezes me faltam palavras para transmitir o que penso, então me calo, apesar de falar demais!! POdem achar que me conhecem bem, mas estou certa de que sou uma estranha para muitos que convivem comigo diariamente! Talvez estranha para mim mesma! Estou certa de que sou tão insegura, chata e por vezes inconeviente como todos reles mortais! Mas talvez me diferencie por tentar, ao menos, encarar tudo com alto astral e bom humor!!! Não sou uma pessoa fácil em vários aspectos, a vantagem disso é que para me derrubar precisa muita técnica!!!
Prometi nunca escrever nada pessoal neste blog, prometi a mim mesma, mas até uma fábula ou uma história fictícia carrega a alma do autor nem que seja nas entrelinhas!!
Ás vezes cansa opinar sobre assuntos, as vezes acho besta o modo como penso sobre determinadas coisas, visão por vezes infantil ou antiquada! Porém, não abro mão de minhas fantasias!!
O que me entristece hoje??? Apenas não ter mais tempo de sobra para desfrutar de mais momentos ao lado de tantos amigos que há tanto não vejo, mas penso neles a todo instante!! a saudade dá um aperto no peito que os mantém próximos de mim e boas energias inconscientemente os transmito!!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Manifesto da futilidade

Eu ainda não tinha me manifestado, nem refletido sobre a proibição do bronzeamento artificial no Brasil. Talvez porque a medida não tenha alterado muita coisa na minha vida. Nunca utilizei o método, mas não descarto a hipótese de querer utilizá-lo um dia, e não tenho nada contra quem o usa. Concordo com alguns argumentos apontados pelos manifestantes contrários à iniciativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém acho inadmissível que esta medida tome proporções maiores entre a população do que as notícias diárias sobre violência e corrupção que acompanhamos.
Também creio que as pessoas devem ter o livre arbítrio para decidir o que fazer com o seu corpo, como argumentam alguns manifestantes. Todos sabem que o cigarro é cancerígeno e um dos principais causadores de morte no mundo e ainda assim todos têm a liberdade de optar pelo uso do tabaco. Porém, nem a Anvisa nem órgãos maiores têm o poder de acabar com uma das indústrias que mais gira dinheiro ao redor do mundo e não acho justo agir diferente com o bronzeamento artificial só porque não rende tanto capital.

Aqueles que acham que vale a pena se expôr a radiação das máquinas de bronzeamento, cientes do impacto que isto gera à saúde, por um tom de pele mais moreno, que o façam. Porém, a manifestação feita nesta segunda-feira, em Porto Alegre, em oposição a atitude da Anvisa me deixa possessa com a futilidade humana.


Em um país que ainda perde milhares de pessoas por ano pela fome, outras milhares vítimas da violência cada vez mais absurda, que convive diariamente com manchetes sobre corrupção, mensalão, lavagem de dinheiro, fazer protesto contra o bronzeamento artificial é um absurdo. A que ponto chegou a futilidade humana?

Que reivindiquem o direito de ter uma aparência mais "bonita", mas que antes saiam às ruas para lutar pela vida digna àqueles que não a tem. Para que as autoridades cumpram o seu papel com ética e competência. A ditadura da beleza está alienando a cabeça das pessoas, algumas têm posto a estética à frente de tudo.

A melhor maneira de impedir malefícios nunca foi e nunca será a proibição de nada, apenas a educação e o acesso a informação para que todos os indivíduos tenham ciência das consequências de seus atos e a capacidade de pensar se isso vale a pena em suas vidas ou não.

Este ato público é a prova do individualismo humano e da era da escravidão da beleza em que vivemos. Me decepciono mais ainda pela manifestação ter partido do povo gaúcho.





segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Song

Para não deixar este blog desatualizado por tanto tempo, resolvi postar a letra de uma música, mas não qualquer música, e sim a última canção que me fez chorar! Tamanha beleza da letra que soa aos ouvidos quase como um poema! A letra é do Rodrigo Amarante do Los Hermanos, banda que deixa saudade, ela faz parte do álbum Ventura.






Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
Quando vem dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?
A prever e poder desistir
do que for dar errado

Ahhh
olha, se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Ahhh, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um dia de escuridão!!

Sempre achei preferível ficar sem luz do que sem água, mas nesta segunda-feira minha opinião foi alterada!! Após um domingo de plantão e uma semana corrida me programei para organizar minha casa, meu quarto e minhas coisas no feriado. De manhã, sob um sol forte que anunciava um belo dia, fiz os afazeres rotineiros e fui almoçar fora. Vi o céu escurecer, as árvores balançarem e uma tempestade desabar, sobre o meu caminho de volta. Mas o problema de fato veio às 14h quando faltou luz.

Após passar oito horas na escuridão, percebi o quão dependente da tecnologia me tornei, e acredito que o resto da população também. O que fazer nos momentos de descanso quando se está sozinho? Escrever no blog, fuxicar o Orkut, ver um bom filme ou assistir a um programa de TV, ouvir música, as opções eram várias, mas até para a que parecia mais simples, como ler um livro, a luz era necessária, já que às 15h já parecia noite e a luz da lanterna muito fraca. As outras opções seriam dormir ou sair para dar passear sob a chuva, ambas fora de cogitação. E ficar irritado com alguma coisa e não ter ninguém, nem por plurk ou msn para resmungar é frustrante.
Após um tempo de tédio, olhei o único meio desprovido de energia elétrica que podia de alguma forma me conectar com o mundo lá fora: um rádio!!! Foi ele quem me acompanhou durante um período da tarde! Acompanhei um pedaço do jogo que acontecia na Baixada, ouvi entrevistas com jogadores, até que mais uma vez fui tentar ver alguma movimentação na janela, até que não aguentei e saí de casa!A cena na rua era de filme de terror, escuridão e silêncio total! A luz voltou por volta das 22h, foi o horário em voltei à vida e me senti de volta ao planeta!!!