Enquanto o marido está dentro de uma lata de lixo, ela fica sentada e observa o movimento. Os meninos de rua que por ali passam têm um carinho especial por ela. Seu nome é Vera e aparenta ter aproximadamente 45 anos, embora a aparência esteja muito judiada pelo tipo de vida que leva. Ela não hesita em conversar e tem propriedade sobre o que fala. A face revela tristeza. Ela logo revela o motivo. Começa a falar nos filhos. São quatro. A mais velha tem 14 e o mais novo sete. Há dois anos o Conselho Tutelar lhe tirou a guarda. "Estou escrevendo um diário", diz. "Nele revelo todo meu sentimento ao longo desses anos. Assim que eu terminar de escrever, irei entregá-lo no jornal e depois irei me matar", garante. Chora. Soluça. "Nunca espanquei e nunca deixei faltar comida aos meus filhos. Eu passava fome, mas eles não", soluça mais. Não há quem a acalme. "Eles não me deixam nem visitá-los", desabafa mais uma vez.
A situação choca. Uma mãe inconsolada que perdeu a gaurda dos filhos. Incontestável que o amor e afeto que ainda sente são os de qualquer normal mãe, pobre ou rica, sente. Suas crianças viviam com ela nas ruas, em uma escadaria ela mantinha um colchão onde dormiam os quatro. Ela nunca se afastou das drogas, mas afirma que só passou para a pedra (lê-se crack) quando lhe tiraram a guarda dos filhos. O governo já lhe deu uma casa mais de uma vez, na última recebeu a doação de uma família. Estava tudo mobiliado. Até geladeira teria. Mas todas foram vendidas, por uma "merreca", como ela mesmo afirma. Tudo trocado por comida e mais drogas. "De que me adianta ter uma casa sem ter os meus filhos?", se justifica. Não há lugar para essa pobre mulher na sociedade. Ela já foi internada para desintoxicação, mas de que adiantou se a realidade de sua vida não mudou após ter alta? De volta para as ruas ela voltou a usar drogas, sempre usará. As maiores preciosidades de sua vida lhe tiraram. A força. Junto à Brigada Militar. Novamente ela chora. É transparente. Não é fingimento. As lágrimas correm. O coração duro de uma mãe que perdeu de uma vez só os quatro filhos. Deste tipo de vida ela não consegue sair. Emprego não conseguiria mais. Lugar para morar é a rua.
O conselho tutelar não pode lhe devolver os filhos que também merecem uma vida digna. Mas ela chora. Ela sente. Ela quer se matar. Já se deu conta que sua vida não é vida. Não vê saída. Difícil mesmo encontrar. Quem lhe dará forças para que saia do mundo das drogas? Quem a irá amparar? Quem irá olhá-la um dia e dizer: Parabéns! Tu conseguiu! Mas ela está triste. O tesouro de sua vida foi arrancado de seus braços. Ela não mais os viu. Ela chora todos os dias. Sua vida já não tem sentido, Já não tem valor. A sociedade não a reconhece como ser humano.Ela vive em Pelotas. Todos ao menos uma vez já passamos por ela. Mas talvez sua presença nem tenha sido notada. Ninguém se importa com o que ela sente, mas em silêncio, em seu canto, ela ainda sente, e segue a usar entorpecentes na tentativa de por uma máscara por cima de sua dor!
A situação choca. Uma mãe inconsolada que perdeu a gaurda dos filhos. Incontestável que o amor e afeto que ainda sente são os de qualquer normal mãe, pobre ou rica, sente. Suas crianças viviam com ela nas ruas, em uma escadaria ela mantinha um colchão onde dormiam os quatro. Ela nunca se afastou das drogas, mas afirma que só passou para a pedra (lê-se crack) quando lhe tiraram a guarda dos filhos. O governo já lhe deu uma casa mais de uma vez, na última recebeu a doação de uma família. Estava tudo mobiliado. Até geladeira teria. Mas todas foram vendidas, por uma "merreca", como ela mesmo afirma. Tudo trocado por comida e mais drogas. "De que me adianta ter uma casa sem ter os meus filhos?", se justifica. Não há lugar para essa pobre mulher na sociedade. Ela já foi internada para desintoxicação, mas de que adiantou se a realidade de sua vida não mudou após ter alta? De volta para as ruas ela voltou a usar drogas, sempre usará. As maiores preciosidades de sua vida lhe tiraram. A força. Junto à Brigada Militar. Novamente ela chora. É transparente. Não é fingimento. As lágrimas correm. O coração duro de uma mãe que perdeu de uma vez só os quatro filhos. Deste tipo de vida ela não consegue sair. Emprego não conseguiria mais. Lugar para morar é a rua.
O conselho tutelar não pode lhe devolver os filhos que também merecem uma vida digna. Mas ela chora. Ela sente. Ela quer se matar. Já se deu conta que sua vida não é vida. Não vê saída. Difícil mesmo encontrar. Quem lhe dará forças para que saia do mundo das drogas? Quem a irá amparar? Quem irá olhá-la um dia e dizer: Parabéns! Tu conseguiu! Mas ela está triste. O tesouro de sua vida foi arrancado de seus braços. Ela não mais os viu. Ela chora todos os dias. Sua vida já não tem sentido, Já não tem valor. A sociedade não a reconhece como ser humano.Ela vive em Pelotas. Todos ao menos uma vez já passamos por ela. Mas talvez sua presença nem tenha sido notada. Ninguém se importa com o que ela sente, mas em silêncio, em seu canto, ela ainda sente, e segue a usar entorpecentes na tentativa de por uma máscara por cima de sua dor!
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